Alimentação de Serpentes de grande porte!

Bom dia galera,

Sou recente aqui no fórum e gostaria de ajuda numa difícil questão.

Gostaria de saber qual a proporção ideal para alimentar uma serpente de grande porte. Qual porcentagem da presa em relação ao tamanho ou peso da serpente.

Exemplo: Uma sucuri (Eunectes murinus) de 3,10m e pesando 13kg se alimentaria de quantos kgs (de ave ou mamífero)?

Uma Píton (Python reticulatus)de 4,00m e pesando 50kg se alimentaria de quantos kgs (de ave ou mamífero)?

Preciso de dados de literatura e não estou conseguindo encontrar nada consistente.

Desde já agradeço... Very Happy

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1517-28052004000100003&script=sci_arttext

http://www.seb-ecologia.org.br/viiiceb/pdf/1950.pdf


http://www.livrosgratis.com.br/arquivos_livros/cp047763.pdf

A proporção direta de alimentação em cobras constritoras deste porte tem pouco material referencial, mas serpentes como estas que vc citou em seus respectivos pesos, receberiam no caso da sucuri, uma lebre ou frango, e estaria completamente alimentada por um ciclo normal, ou seja, 35 a 40 dias. Só uma pergunta e consequente dúvida com relação aos exemplos colocados. Estas serpentes citadas são suas? Pergunto pois normalmente nestas medidas, uma sucuri de 3,10m teria um peso próximo ou até igual a uma Phiton reticulada pois tem maior volume que esta. Vale lembrar que em estado natural uma sucuri deste tamanho por exemplo poderia comer um animal com o dobro do tamanho ou até maior!!!

http://www.xerimbabo.com.br/site_antigo/web/cuidados.htm

Boa tarde reptilesporosus,

Então, os animais citados não são meus.
Sou responsável pela herpeotofauna de um zoológico brasileiro, entretanto, assumi o cargo recentemente e percebi justamente o que você afirmou: "uma sucuri de 3,10m teria um peso próximo ou até igual a uma Phiton reticulada pois tem maior volume que esta. Vale lembrar que em estado natural uma sucuri deste tamanho por exemplo poderia comer um animal com o dobro do tamanho ou até maior!!!"

Estou em fase de modificação do cardápio alimentar das serpentes de grande porte daqui, e por isso estou fazendo uma pesquisa detalhada a respeito da proporção presa em relação ao tamanho ou peso da serpente.

Atualmente, por perceber que a sucuri, principalmente, está com o peso abaixo do que deveria, modifiquei o intervalo de alimentação, e agora procuro a quantidade ideal para que ela possa se desenvolver (e crescer) o mais saudável possível.

grato pelo auxílio.

Boa tarde Alves, é sempre um prazer ajudar e seja muito bem vindo ao fórum, que com sua participação hoje alcança um escopo ainda não explorado aqui, que é de poder ajudar através da troca de idéias em situações mais pontuais com relação aos animais. Vou passar a vc, a minha experiência primeiramente como militar e posteriormente como biólogo. Eu servi o exército no Núcleo Preparatório de Oficiais da Reserva( NPOR) no ano de 1993, aqui de Campinas, de onde sou natural e moro até hoje. Lá tínhamos um serpentário e para instrução em campo mantínhamos em cativeiro, 8 cascavéis, 2 jararacas, 2 corais, 1 urutu cruzeiro, 1 sapo boi, 1 teiú e 5 jibóias das quais uma em especial chamada Vamp, era bem grande com uns 3m e mais de 15kg, pois era bem volumosa. Esta cobra já tinha 10 anos quando passei meus anos na caserna, sempre recebendo a mesma oferta de alimento que eram cobaias da Unicamp, ratos grandes 1 vzs por mês. Esta cobra em especial era capaz de comer no mesmo dia 3 ratos grandes e se alimentava depois apenas 30, 35 dias depois. Saí de lá em 1998 e ainda tenho notícias de Vamp, que mantém a mesma alimentação até hoje e goza de plena saúde atestada por veterinários do Bosque de Campinas periodicamente. Ela já matou e comeu em minha época, um gato adulto e um saruê que entraram por engano em seu recinto, tipo fosso bem grande, de uns 4m por 4m, com 5 tubos de concretos e 1 cupinzeiro abandonado para refúgio.Nesta época não tínhamos nenhum instrutor de campo e com uma parceria do exército brasileiro fui mandado ao Instituto Butantan para fazer o curso de Animais Peçonhentos, curso ministrado até hoje pelo instituto. Lá tive contato com diversas situações de alimentação, inclusive a de grandes constritoras, pois na época o instituto mantinha algumas espécies grandes de serpentes como sucuris, jibóias, pítons reticuladas e birmanesas.Isto até o incêndio em que matou 70 mil espécimes conservados, vivos do laboratório, além de uma quantidade enorme de material para estudos. A alimentação delas era bem próxima desta que mencionei, as vzs variada por porquinhos da Índia, coelhos e frangos para serpentes de mais de 2m.

http://www.butantan.gov.br/cursos/CD_01_animais_peconhentos.php
Posteriormente, já como biólogo ,tive contato com algumas situações de alimentação em alguns parques da região. Acompanhei jibóias nas regiões de mata ciliar aqui em Campinas entre outras coisas. Um local onde pude ver uma boa lista de serpentes constritoras em zoológico foi no Quinzinho de Barros em Sorocaba e acho que eles podem ter boas informações de manejo em cativeiro destas serpentes já que lá eles tem p.molurus, p.reticulatus, e. chenchris, b.conscrictor entre outras.

http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2016/08/sucuri-de-4m-engole-onca-adulta-apos-briga-registro-e-inedito-diz-estudo.html